ENEM 2016 segunda aplicação

Os andróginos tentaram escalar o céu para combater os deuses. No entanto, os deuses em um primeiro momento pensam em matá-los de forma sumária. Depois decidem puni-los da forma mais cruel: dividem-nos em dois. Por exemplo, é como se pegássemos um ovo cozido e, com uma linha, dividíssemos ao meio. Desta forma, até hoje as metades separadas buscam reunir-se. Cada um com saudade de sua metade, tenta juntar-se novamente a ela, abraçando-se, enlaçando-se um ao outro, desejando formar um único ser.

PLATÃO. O banquete. São Paulo: Nova Cultural, 1987.

No trecho da obra O banquete, Platão explicita, por meio de uma alegoria, o

a
bem supremo como fim do homem.
b
prazer perene como fundamento da felicidade.
c
ideal inteligível como transcendência desejada.
d
amor como falta constituinte do ser humano.
e
autoconhecimento como caminho da verdade.
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Resposta
D
Tempo médio
1 min

Resolução

A questão apresenta um trecho da obra "O Banquete" de Platão, que narra o mito dos Andróginos. Para solucionar a questão, é preciso interpretar o significado dessa alegoria.

  1. Leitura e Compreensão do Texto: O texto descreve seres originais, os Andróginos, que eram completos, mas foram divididos em dois pelos deuses como punição por sua arrogância.
  2. Identificação do Tema Central: A consequência dessa divisão é que cada metade "com saudade de sua metade, tenta juntar-se novamente a ela", buscando restaurar a unidade perdida. Essa busca incessante pela outra metade é descrita como um desejo de "formar um único ser".
  3. Interpretação da Alegoria: A alegoria dos Andróginos serve para explicar a natureza do amor (Eros, no contexto platônico). O amor é apresentado como a força que impulsiona os seres humanos a buscar sua "outra metade", nascendo de um sentimento de incompletude, de uma "falta" fundamental que constitui o ser humano após a separação original.
  4. Análise das Alternativas:
    • A alternativa A está incorreta, pois embora o Bem Supremo seja relevante em Platão, a alegoria foca na origem do amor, não no fim último do homem.
    • A alternativa B está incorreta. O prazer pode ser uma consequência da união, mas a alegoria enfatiza a falta e a busca, não o prazer como fundamento da felicidade.
    • A alternativa C está incorreta. O ideal inteligível e a transcendência são temas platônicos, mas a alegoria trata de uma experiência humana mais fundamental e imanente: o sentimento de falta e o desejo de união.
    • A alternativa D está correta. A alegoria descreve explicitamente que a busca pela outra metade nasce da divisão, ou seja, o amor (entendido como essa busca) surge de uma falta que é parte constituinte da natureza humana pós-divisão.
    • A alternativa E está incorreta. O autoconhecimento é importante em Platão, mas não é o tema central desta alegoria específica, que se concentra na natureza do desejo amoroso.
  5. Conclusão: A alegoria dos Andróginos, narrada no trecho, é usada por Platão (através da personagem Aristófanes na obra) para explicar a origem e a natureza do amor como uma força motriz que surge da sensação de incompletude, uma "falta" inerente ao ser humano que o leva a buscar a união com o outro para restaurar uma totalidade perdida. Portanto, o amor é apresentado como uma falta constituinte do ser humano.

Dicas

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Qual é o estado original dos seres descritos e o que aconteceu com eles?
Qual é a principal motivação das 'metades separadas' descrita no texto?
Como a 'saudade' e o desejo de 'formar um único ser' podem ser interpretados filosoficamente no contexto do amor?

Erros Comuns

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Interpretar a alegoria literalmente, sem buscar seu significado filosófico.
Confundir o discurso de Aristófanes (que apresenta este mito) com as ideias de Platão expressas por outras personagens (como Sócrates) no mesmo diálogo, que podem ter nuances diferentes sobre o amor.
Associar a questão a outros conceitos platônicos mais gerais (como a Teoria das Formas ou o Bem Supremo) que não são o foco direto desta passagem específica.
Focar excessivamente na punição divina, em vez de na consequência dessa punição (a falta e a busca).
Reduzir o conceito de "amor" platônico (Eros) a uma simples busca por prazer (ligado à opção B).
Revisão

Para resolver esta questão, é útil revisar:

  • Alegoria: Uma narrativa (como o mito dos Andróginos) que possui um significado simbólico mais profundo, usado para explicar conceitos abstratos ou filosóficos.
  • Platão - O Banquete: Diálogo filosófico que explora a natureza do amor (Eros). Diversos personagens apresentam discursos sobre o tema, incluindo Aristófanes, que narra o mito dos Andróginos.
  • Eros Platônico: No contexto do Banquete, Eros é frequentemente associado ao desejo, à busca por algo que falta. O mito dos Andróginos ilustra essa ideia, mostrando o amor como um desejo de completude, nascido de uma falta original.
Habilidade

Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.

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