”O desenvolvimento da primeira metade do século XX apresenta-se basicamente como um processo de articulação das distintas regiões do país [o Brasil] em um sistema com um mínimo de integração. O rápido crescimento da economia cafeeira – durante o meio século compreendido entre 1880 e 1930 – se, por um lado, criou fortes discrepâncias regionais de níveis de renda per capita, por outro, dotou o Brasil de um sólido núcleo em torno do qual as demais regiões tiveram necessariamente de articular-se. Esse processo de articulação começou, conforme já indicamos, com a região sul do país”.
(Celso Furtado. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1986).
Considerando o texto acima e os desenvolvimentos posteriores do tema nele tratado, pode-se afirmar que o Brasil atual:
acentuou a preponderância econômica e cultural dos Estados do sul, em um arranjo federativo no qual estes gozam de vantagens em termos de representação política.
dista por completo daquele configurado até a década de 1930, graças às bem-sucedidas políticas de desenvolvimento socioeconômico dos Estados do norte iniciadas no governo Lula.
guarda ainda heranças da questão regional, tal qual definida até a década de 1930, com considerável preponderância econômica e demográfica dos Estados do sul.
inverteu praticamente os vetores da questão regional anteriormente existente, com preponderância política – mas ainda não econômica – dos polos emergentes situados no norte.
não pode ser comparado com o descrito no texto, já que, àquele tempo, a República era controlada por oligarquias regionais do sul, que impunham vantagens econômicas a seus Estados.