Há, nos arraias da inteligência, atualmente, e como sempre houve em todas as épocas, uma nova geração que anseia por ideais novos. Sobretudo, já ergueu os olhos para a meta entressonhada em São Paulo, no Rio de Janeiro, Recife e Pará. A Paraíba não fugirá ao apelo que lhe faço de acompanhar-nos nesse esforço gigânteo e nessa luta sem tréguas para desapressar-se das velhas fórmulas da arte, num combate cavalheiresco, e, se necessário, desapiedado, à geração antiga.
Adaptado do texto de TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda europeia e Modernismo brasileiro. 19.ed. Petrópolis: Vozes, 2009, p.479.
Numa visão geral, o que traduz a essência da arte moderna foi o desejo de romper e se libertar das amarras tradicionais de representação da arte e a busca de uma forma de expressar mais sintonizada com a mentalidade do novo século. Pode-se dizer que não faz parte do Modernismo brasileiro, os fragmentos:
“Estou farto do lirismo comedido/Do lirismo bem comportado/Do lirismo funcionário público com livro de ponto” [...]
“Enfunando os papos/Saem da penumbra/Aos pulos/A luz os deslumbra.” [...]
“Dê-me um cigarro/Diz a gramática/Do professor e do aluno/E do mulato sabido/Mas o bom negro e bom branco/Da Nação Brasileira/Dizem todos os dias/Deixo disso camarada/Me dá um cigarro.”
“João amava Tereza que amava Raimundo/que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili/que não amava ninguém.” [...]
“Minha terra tem primores/Que tais não encontro eu cá/Em cismar — sozinho, à noite/Mais prazer encontro eu lá/ Minha terra tem palmeiras/Onde canta o Sabiá.” [...]