1 \(\qquad\) Quem mais contribuiu para a difusão do mito do bom
selvagem foi Américo Vespúcio. […] Em carta de 1502,
diz o navegador que os índios “não têm fé nem lei alguma,
4 vivem segundo a natureza, […] não possuem consigo bens
próprios, pois tudo é comum. Não têm fronteiras de reinos
ou províncias, não têm rei […] Não administram justiça,
7 […] porque em seu meio não reina a cobiça […] Não dão
qualquer valor nem ao ouro, nem à prata, nem a joias” […]
“Vivem segundo a natureza, podendo dizer-se mais
10 epicuristas que estoicos” […]
\(\qquad\) O mito do bom selvagem se consolidou graças ao
franciscano André Thévet e ao calvinista Jean de Léry. […]
13 Em 1557, […] foi Thévet que inaugurou a tradição de
criticar a cultura europeia por meio do confronto com os
costumes indígenas. […]
16 \(\qquad\) Também Jean de Léry […] desculpa o que parecia
chocante nos costumes indígenas. A antropofagia, por
exemplo, não é pior do que a prática da usura, na Europa,
19 já que os usurários “sugam o sangue e a medula, e por
conseguinte comem vivos as viúvas, os órfãos e outros
infelizes […] Esses agiotas são portanto mais cruéis do que
22 os selvagens”. […]
\(\qquad\) A guerra nesse país é nobre e generosa […] Seu
único fundamento é a glória, a virtude, no sentido antigo.
25 Os prisioneiros têm uma coragem indômita, desprezam a
26 morte […].
ROUANET, Sergio Paulo. O mito do bom selvagem. Artepensamento,1999.
Disponível em: <https://artepensamento.ims.com.br/item/o-mito-do-bom-selvagem/>.
Acesso em: 17 jul. 2023, com adaptações.
Com base nas ideias apresentadas no texto, julgue (C ou E) os itens a seguir.
A palavra “indômita” (linha 25) significa que a coragem dos prisioneiros é difícil de ser domada.
Certo
Errado