Leia o texto para responder às questões de números 28 e 29.
Chico Bento – Vixi! Como você cresceu! Inté parece qui foi onte qui plantei esse limoero! Agora, já tá cheio di gaio! Quase da minha artura! Como o tempo passa, né? Uns tempo atrais, ocê era deste tamanhico! Fiz um buraquinho e ponhei ocê inda mudinha dentro! Protegi dos vento, do sor, das geada... i nunca deixei fartá água! Imagina se ia deixa ocê passa sede! (...)
(Bortoni, Ricardo. A Educação em língua materna: a sociolinguística em sala de aula, 2004)
A forma usada por Chico Bento em relação ao verbo pôr, que é irregular, ponhei,
está em desacordo com a formação dos tempos verbais em língua portuguesa, por isso deverá ser substituída pela forma “ponho”, num processo linguístico de analogia.
é estigmatizada nas comunidades urbanas, frequentemente utilizada por comediantes como estereotipia dos falares rurais, não devendo ser seu uso considerado legítimo.
é uma forma estigmatizada que não agrega valor à linguagem e que deveria ser substituída por “ponho”, observando-se a norma culta, uma vez que não é aceita pelos demais falantes da língua portuguesa.
demonstra que esse falante, ainda que não domine a norma culta, conhece a língua portuguesa e suas estruturas, utilizando-se de formas construídas a partir das regras das conjugações regulares.
é uma variante, estabelecida por analogia às regras das conjugações regulares da língua portuguesa, mas não deveria ser utilizada por desrespeitar a norma culta que prevê outra forma para esse verbo irregular.